21 de julho de 2017

Opinião – “Olha que Duas” de Jonathan Levine


Sinopse

Depois do namorado a deixar em vésperas de umas férias exóticas, a impetuosa e sonhadora Emily Middleton (Amy Schumer) convence a sua conservadora mãe, linda (Goldie Hawn) a viajar com ela para o paraíso.
Polos opostos, Emily e Linda percebem que trabalhar suas diferenças como mãe e filha – de forma imprevisível e hilariante – é a única maneira de escapar à selvagem aventura em que caíram.
Amy Schumer e Goldie Hawn protagonizam a hilariante comédia “Olha que Duas”, que também conta com Ike Barinholtz (“Neighbours”), Wanda Sykes (“Bad Moms”) e Joan Cusack (“Working Girl”).

Opinião por Artur Neves

Jonathan Levine deve ter apostado em ser engraçado a toda a força e como tal apresenta-nos esta história, no seguimento de outras do mesmo estilo, “Sangue Quente”, “A Ultima Noitada” e “Á Deriva” embora, claro, com argumentos diferentes, que quanto a mim têm desacreditado o estilo de comédia que tanta falta faz ao cinema e a outras áreas de entretenimento considerando ser o “tempero”, a “sobremesa” que nos permite desanuviar as complicações da vida… e se ela é complicada!...
Goldie Hawn tem muito boas interpretações de comédia na sua já longa carreira, em histórias de ficção bem estruturadas, “A Morte Fica-vos tão Bem” em 1992 e “O Clube das Divorciadas” de 1996, para citar somente dois exemplos, mas não é o facto da sua comprovada experiência nesse tema que faz que um argumento de fluidez forçada se comporte como uma comédia. Por outro lado, quando se utiliza um sequestro de turistas num potencial paraíso da américa latina, o riso daí resultante não depende somente da parvoíce demente dos seus perpetradores, do irmão e filho das raptadas, nem na inépcia das autoridades locais. A inspiração para o riso tem de surgir de referências muito mais profundas e inteligentes que transformem aquele potencial drama, numa coisa ligeira que nos divirta.
De Amy Schumer apenas refiro que a linguagem vernácula nem sempre assenta bem em todos os rostos para o que é preciso mais do que bochechas descaídas e expressão de jovem púbere em transição, figura para a qual o seu corpo não contribui. Os raptores feiosos, não são por serem feios e ineptos que fazem rir, devia ser por não conseguirem os seus intentos apesar de terem estruturado bem o golpe. Mas não, é tudo muito pobre.
Tudo o resto compõe as características anteriormente descritas de uma história mal-amanhada, filmada demasiado em planos escuros para o estilo e dinâmica que se pretende imprimir à ação de caça, rapto, fuga, confrontação com os captores e com um epílogo que não merece tempo suficiente para ser digerido.

Classificação: 3,5 numa escala de 10

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