25 de maio de 2017

Opinião – “A Cabana” de Stuart Hazeldine


Sinopse

Este drama, baseado na obra do escritor William Paul Young, centra-se na história de um homem que recebe um misterioso bilhete a convocá-lo para regresse à cabana onde foram encontradas as roupas ensanguentadas da sua filha, dada como desaparecida uns anos antes e provavelmente assassinada. O que ele lá vai descobrir mudará a sua vida para sempre…

Opinião por Artur Neves

Sobre este mesmo tema em 2014 tivemos; “O Céu Existe Mesmo” de Randall Wallace que também escreveu o argumento, onde um miúdo, com ar de querubim com cabelo loiro aos caracóis, saído de um quadro de Urbino, nos apresentava um Deus “civilizado”, bem parecido, com quem nos poderíamos cruzar ao fundo da rua.
Neste ano de 2017, Stuart Hazeldine, realizador Inglês, traz-nos este; “A Cabana” fundamentado nos mesmos ingredientes da presumível existência de um Criador que lança as bases da nossa existência e depois nos entrega às nossas decisões díspares sobre o nosso futuros ou dos nossos semelhantes com que nos cruzamos por decisão expressa ou até acidentalmente, ao absoluto sabor do livre arbítrio que nos é concedido sem peso, sem medida nem limite, nem responsabilidade de quem o entregou.
Para O tornar mais universal, fá-lo representar por quatro raças mais representativas da humanidade, para lá da raça branca que fica representada por inerência no papel principal da história, em diferentes situações do quotidiano passadas numa estância de montanha que embora aprazível será tudo, menos divina, a julgar pelos relatos que nos chegam através dos meios de divulgação religiosa de qualquer espécie. Se existe alguma transcendência para lá da nossa vida terrena, ela será provavelmente etérea, espiritual, sem corpo nem massa que possa ser representada por Octavia Spencer, que tão rico personagem nos trouxe no recente filme; “Elementos Secretos” (2016) sobre a descriminação das mulheres no programa aeroespacial da NASA… digo eu que sou agnóstico!...
Pois bem, após quase 130 minutos de uma história sobre um desaparecimento mal contado, temos um filme que não deverá converter nenhum ateu, pois conhecerá argumentos bem mais verosímeis do que o bíblico caminhar sobre as águas e outras metáforas afins, sem qualquer sucesso na sua negação, não deverá agradar a muitos crentes possuídos por outros conceitos mais universais e recatados, tementes e seguidores de uma ortodoxia incompatível com estas modernices, e deixará perplexo qualquer agnóstico que “chutará para canto” algumas das justificações apresentadas que não acrescentam nada ao que já se sabia, ou ao que já se viu e que continuam a não acrescentar qualquer prova a essa existência. Salva-se a bondade das intenções, mas isso é um exercício inútil e muito pouco para tanta pasmaceira.

Classificação: 3 numa escala de 10

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