30 de novembro de 2015

O livro escondido de Dr. Seuss finalmente nas livrarias


Antes de mais, se quisermos dizer corretamente o nome de Dr. Seuss, o melhor é recorrer à forma como a família o pronunciava: Zoice e não Soose. Theodor Seuss Geisel, Ted para a família, passou a assinar como Dr. Seuss depois de uma bebedeira no último ano da faculdade ter resultado no fim da sua carreira como editor da revista de humor da faculdade. Obrigado a deixar cair o Ted e a usar pseudónimos, em revistas de humor passou, entre outros, a assinar como Dr. Theophraustus Seuss, abreviando depois para Dr. Seuss. E, com a abreviatura veio uma nova forma de pronunciar o nome: Dr. Soose.
O Dr. Seuss não é médico. Aliás, nem o Ph.D tirou (apesar de ter o ter recebido mais tarde a título honorífico), tendo preferido dedicar-se ao desenho. Escrever anúncios para marcas como a NBC, Ford, General Eletric, entre outras, foi a sua principal fonte de rendimento durante 30 anos, até que, 12 livros depois (1957), surgiu «The Cat in the Hat».
Ironicamente, no ano em que escreveu o primeiro livro infantil descobriu que a primeira mulher, Helen, não podia ter filhos. Questionado como conseguia escrever tão bem livros para crianças, sem ter a experiência da paternidade, Dr. Seuss respondeu: “You make ’em. I’ll amuse ’em”. Curiosamente, existiram grandes autores da literatura infantil não tiveram filhos como Lewis Caroll ou Beatrix Potter.
Poesia ou prosa? Ganha a poesia. Dos 44 livros escritos e ilustrados por Dr. Seuss, apenas 4 são em prosa. Se contarmos livros ilustrados por outro artista, escritos sob pseudónimos, em coautoria ou publicados postumamente, num total de 66, o número aumenta para…5. Porquê? Responsabilidade da mãe Henrietta que adormecia todos os dias os filhos ao som de músicas rimadas. Pese ser um excelente poeta, o facto de escrever poesia para crianças não lhe trouxe, na altura, o reconhecimento devido. E, a muitos não agradava, de todo, o facto de Dr. Seuss adorar inventar palavras que não constavam dos dicionários.
Dr. Seuss queria, com os livros infantis, não só colocar as crianças a ler, mas também fazê-las pensar e imaginar. Nunca tratá-las com condescendência, mas como iguais. Algumas semanas antes de morrer, perguntaram-lhe que mensagem gostaria de deixar às crianças. Mensagem ou slogan? Um slogan: “We can … and we’ve got to… do better than this”.


Poucos são os autores de literatura infantil que tiveram direito a uma estátua pública. Dr. Seuss teve essa honra, juntando-se a nomes como Hans Christian Anderssen, Astrid Lindgren ou Mark Twain. Da escultura fazem parte personagens que marcaram a sua carreira: Lorax, Grinch e o seu cão Max, Yertle the Turtle, Horton the Elephant e Thidwick the Big-Hearted Moose.
Este nunca antes visto livro de Dr. Seuss, Que Amigo Levo Comigo (Ed. Booksmile l 64 pp | 12,49€) que acredita-se tenha sido escrito entre 1958 e 1962, pega num exemplo típico na vida de uma criança – ir a uma loja escolher um animal de estimação, e usa-o para partilhar uma lição de vida: que nem sempre é fácil fazer opções ou tomar decisões, mas teremos sempre de o fazer ao longo da nossa vida.
 

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