30 de outubro de 2015

Opinião - Filme "Crimson Peak - A Colina Vermelha" por Guillermo del Toro

 

Opinião:
Eis um filme que mistura vários géneros ao mesmo tempo: drama, fantasia, romance e suspense, mas, sobretudo, terror. Sim, por isso tenham medo, muito medo! Realizado por Guillermo del Toro, sendo escrito pelo mesmo e por Matthew Robbins, o filme tem como principais protagonistas Mia Wasikowska, Tom Hiddleston, Jessica Chastain, Charlie Hunnam e Jim Beaver. Situada em Cúmbria, numa região rural e montanhosa do norte da Inglaterra no século XIX, temos uma mansão decrépita e cheia de segredos, onde a jovem autora Edith Cushing acaba por ir viver, após se apaixonar e casar-se com Sir Thomas Sharpe. Mas à medida que os dias se vão passando no misterioso casarão, ela vem a descobrir que o seu marido não é quem aparenta ser. E que não estão sozinhos, pois a casa em ruinas abriga entidades fantasmagóricas misteriosas, que Thomas e a sua irmã, Lady Lucille Sharpe, desesperada e ferozmente tentam esconder... Embora o fantástico e o sobrenatural sempre foram temas caros ao realizador, mas “A Colina Vermelha” traz-nos um del Toro mais maduro e versátil. Rendendo homenagem ao terror, o cineasta mexicano acaba por nos oferecer um dos melhores filmes do género dos últimos tempos, conseguindo provocar-nos sustos eficazes e uma tensão imensa, numa história que não é exactamente sobre fantasmas, mas sim com fantasmas. E os fantasmas de del Toro são seres aterrorizadores que passaram por algum tipo de tormento... Logo nos primeiros minutos do filme ficamos amedrontados, com a visita de um. Edith vê os fantasmas, sente-os, sabe da sua existência e acaba por transportar isso para o seu livro. E se na sua infância ela já via fantasmas, quando chega ao seu novo lar inglês, Edith passa a ter de conviver com eles. Mas del Toro deixa de lado o seu lado ameaçador para nos mostrar um problema verdadeiro e bem real, onde o filme encontra a sua profundidade: os fantasmas não são o problema. Nós, os vivos, é que o somos. Já dizia a minha avó: “Devemos ter medo dos vivos, não dos mortos”. Não percam este filme que pode bem tornar-se uma referência artística no género de terror!

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