14 de dezembro de 2011

Opinião - Harry Potter E A Pedra Filosofal

Título: Harry Potter E A Pedra Filosofal
Autor:
J.K. Rowling
Editora: Presença

Sinopse:
Harry Potter é antes de mais o fenómeno editorial de 1999. É-o porque demove crianças de jogos de computador e de infindáveis horas frente ao televisor. É-o porque está traduzido em cerca de 30 idiomas. É-o porque tem angariado os mais importantes prémios de literatura infanto-juvenil. É-o, por fim e entre outras inúmeras razões, porque ocupa há meses consecutivos os primeiros lugares das mais importantes listas de vendas mundiais. Mas Harry Potter, o personagem dos livros de J. K. Rowling, não é um herói habitual. É apenas um miúdo magricela, míope e desajeitado com uma estranha cicatriz na testa.

Estranha, de facto, porque afinal encerra misteriosos poderes que o distinguem do cinzento mundo dos muggles (os complicados humanos) e que irá fazer dele uma criança especialmente dotada para o universo da magia. Admitido na escola Howgarts onde se formam os mais famosos feiticeiros do mundo, Harry Potter irá viver todas as aventuras que a sua imaginação lhe irá propocionar. Um grande sucesso editorial que os mais jovens adoram e que apetece também aos adultos.

Opinião por Vítor Caixeiro:
Não é dificil confundir este livro com uma simples leitura para crianças no que toca à aparência e ao conteúdo superficial. Um rapaz novinho, cujos pais morreram, vive com os seus tios e o primo num local onde não se encaixa. Esse rapaz não é amado e não tem amigos com quem conversar porque todos o acham estranho. Sem saber porquê, ele faz desaparecer coisas do nada, e a única família que conhece despreza-o, mantendo-o longe da realidade e impedindo-o de crescer naturalmente. Felizmente, um dia recebe uma carta que muda completamente o seu destino e que o faz feliz a primeira vez na sua vida. Harry ganha a notícia que ele mesmo é um feiticeiro, e como tal terá que deixar o mundo de uns tais “Muggles” para estudar feitiçaria numa escola chamada Hogwarts. Uma vez lá, acha tudo fascinante e inexplicavelmente brilhante, mas aquilo a que Harry dá mais valor é às amizades que travou no seu primeiro ano de estudos. Ron e Hermione tornam-se os seus melhores amigos e com eles enfrenta muitas aventuras às quais sobrevivem graças à sua inteligência, coragem e persistência em manter o lado bom sempre triunfante.
Assemelha-se a um conto de fadas moderno para aqueles que não conseguem ver para além da magia e da inocência infantil. De facto, é uma história que preserva algo muito sombrio para uma criança de onze anos. Não ter pais, ser detestado por a família com que vive e saber que a qualquer momento pode ser morto pela mesma maldade que lhe tirou o que de mais precioso já teve não deve constatar alegria alguma para um jovem que praticamente nada sabe da sua existência. E a acrescentar o facto de que não lhe é dito o porquê de tal acontecimento causa-lhe uma revolta profunda. Ainda assim, Harry tem os seus amigos que lhe dão o apoio e a alegria que precisa.
Tudo é uma novidade para Harry, distintamente do seu amigo Ron que cresceu a ver magia. A diversidade de objectos enfeitiçados, a imponência do castelo e o espanto ao ver feitiços postos em prática delicia Harry que nunca viu algo assim. E neste aspecto, evidencia-se o talento de Rowling face à enorme multiplicidade de elementos que criou para abrilhantar o conteúdo da sua obra.
A personagem de Harry está extremamente bem criada, tal como as de Ron e Hermione que são as que mais se destacam neste livro. É evidente a cumplicidade que se estabelece entre os três amigos e o espírito positivo que apresentam nas complexas tarefas a que se propuseram (ou a que foram propostos). Como interessantes personagens também se destacam Hagrid, Dumbledore e Snape. Estas serão, certamente, desenvolvidas em livros posteriores.
Sendo principalmente dirigido a crianças, Rowling escreve de uma forma simples e não muito conotativa para que o texto possa ser facilmente entendido. No entanto, gostaria de ler a versão original por mera curiosidade e verificar se a tradução é fiel ao seu modo de escrita.
Afirmo com toda a certeza que aprendemos algo fundamental com a história deste livro. Através dele conseguimos dar mais valor à família e amigos que são aquilo que mais precioso temos na vida. Além disso, apercebemo-nos que a magia não é solução para todos os problemas e que mesmo que fossemos dotados de poderes mágicos não poderíamos desenvolver felicidade a partir de uma varinha. É um pequeno livro, mas um forte aviso e exemplo de compaixão.

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