14 de dezembro de 2011

Opinião - Equador

Título: Equador
Autor: Miguel Sousa Tavares
Editora: Oficina do Livro

Sinopse:
Quando naquela manhã chuvosa de Dezembro de 1905, Luís Bernardo é chamado por El-Rei D. Carlos a Vila Viçosa, não imaginava o que o futuro lhe reservava. Não sabia que teria de trocar a sua vida despreocupada na sociedade cosmopolita de Lisboa por uma missão tão patriótica quanto arriscada na distante ilha de S. Tomé. Não esperava que o cargo de governador e a defesa da dignidade dos trabalhadores das roças o lançassem numa rede de conflitos e interesses com a metrópole. E não contava que a descoberta do amor lhe viesse mudar a vida.
Equador é um retrato brilhante da sociedade portuguesa nos últimos dias da Monarquia, que traça um paralelo entre os serões mundanos da capital e o ambiente duro e retrógrado das colónias.
É com esta história admirável, comovente e perturbadora, que Miguel Sousa Tavares inaugura a sua incursão no romance.

Opinião por Raquel Cruz:
Equador não é só um livro, é todo um pedaço da nossa história entre folhas de papel.
Luís Bernardo Valença, um bon vivant com opiniões políticas anti-escravidão bem definidas, troca a sua vida confortável na metrópole por um cargo de Governador em S. Tomé e Príncipe, a pedido do Rei D. Carlos numa conversa em Vila Viçosa. O rei escolhe Luís Bernardo, por conselho de outrem, para uma missão equatorial de extrema importância para a metrópole: governar as ilhas com o objectivo de provar aos ingleses que não existe trabalho escravo nas roças e assim evitar o boicote aos produtos portugueses lá cultivados, cacau e café. Convencer os donos das roças de que o trabalho escravo tem de ser abolido, ensinar-lhes boas práticas, a ausência do conforto e da vida social que tinha em Lisboa são só alguns dos problemas iniciais com que Luís Bernardo se depara. Para atestar a ausência de trabalho escravo em S. Tomé e Príncipe chega o cônsul inglês e a sua linda esposa, que pode ser encarado como um inimigo para Luís Bernardo mas o único à sua altura no que diz respeito à intelectualidade.
A história em si é deliciosa, envolve-nos de tal maneira que só se quer continuar capítulos fora até ao desfecho final. O final é inesperado, em momento algum me passou pela cabeça que aquele fosse o desfecho, foi uma absoluta surpresa, o que me fez gostar ainda mais da história.
O enquadramento histórico-social do livro é muito bom, fruto de um longo e intenso trabalho de pesquisa por parte do autor que nos deu a conhecer melhor alguns dos problemas das colónias no início do século XX, nos finais da monarquia.
O romance histórico é claramente o estilo que mais me conquista e me faz ler em modo consumista.

1 comentário:

Kelle disse...

É engraçado ver o que eu escrevi noutro sítio que não o meu blog :D Boas leituras!